Por mais que esperasse, não conseguiu conter o susto quando o resultado do exame surgiu-lhe como um soco na cara. Não havia mais dúvida. A partir daquele ponto sua vida mudara para sempre. Sua vida se dividia em antes e depois daquele ponto. Logo vieram as perguntas, bem mais intensas do que nos tempos de incerteza. Como reagirão à notícia? Família, amigos, ele; sobretudo, ele. Como prosseguir com aquilo? Como não prosseguir? Que remédio senão aceitar? Pensou na dor. Imaginou o ponto em seu corpo. Um ponto em forma de célula, a se dividir, a se multiplicar, a se ampliar tornando-se outra vida dentro e distinta da sua. Uma sensação estranha de sobriedade invadiu-lhe a alma. Sim, há de ser bom. Quantas lições trará! Devo amá-lo. Haverá um espírito a animar o ponto? Conformar-se é o que resta. Eis a realidade. À luta! Afinal, é a vida...
Por mais que refutasse a possibilidade, surpreendeu-lhe a calma com que escutou o diagnóstico ministrado em jargões médicos. Não havia mais dúvida. A partir daquele ponto sua vida mudara para sempre. Não gostou da imagem: o ponto a separar vida de sobrevida. Logo vieram as perguntas, bem mais intensas do que quando ainda restava a esperança de ser somente uma falsa impressão. Como reagirão à notícia? Família, amigos, ela; sobretudo, ela. Como enfrentar aquilo? Como não enfrentar? Que remédio senão aceitar? Pensou na dor. Imaginou o ponto em seu corpo. Um ponto em forma de célula, a se dividir, a se multiplicar, a se ampliar levando sua vida a um ponto-final. Uma sensação estranha de sobriedade invadiu-lhe a alma. Sim, pode haver um lado bom. Quantas lições trará! Devo amar-me. Haverá um espírito para além desse ponto? Eis a realidade. À luta. Fazer o quê? É a vida...
Como é bela a vida.
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